RESPOSTA
À minha esposa.
Tu perguntaste, em meio a um carinho,
Como vai indo o meu amor por ti;
Se neste peito ocupas o cantinho
Em que um sacrário, outrora, eu te erigi.
Passando a mão, de leve, bem mansinho,
Nesses cabelos onde eu me perdi,
Ao responder, indago: meu benzinho,
Não leste, então, os versos que escrevi?
Basta que fites estes olhos tristes
Que só se alegram quando estás presente,
Pois no meu único prazer consistes.
Não, minha vida, nunca mais inquiras!
Se não for mesmo como antigamente,
É bem maior o amor que hoje me inspiras!
28/3/1967.
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