ALMA VADIA
Eu gosto de sonhar nas noites como esta,
Em que meu Tapajós reflete a luz da Lua...
Minh'alma de boêmio ausente da seresta
Liberta-se do corpo e foge pela rua...
A vida contra mim os seus fuzis assesta;
Qual fera furiosa, sem cansar, me acua...
Mas teimo em transformar meus medos numa festa:
Convém que ao coração a paz se restitua.
Por isso é que me ponho, em noites assim claras,
A passear, sonhando, por lonjuras raras,
Sorrindo, com desdém, do que virá depois...
Na estrela que mais brilha eu me reúno a ela,
Num refúgio que a musa ao mundo não revela:
A Lua... O tapiri... Meu violão... Nós dois!...
Emir Bemerguy - 09/03/1975.
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