quinta-feira, 21 de março de 2013

Filho enfermo

Poema feito por papai em 1967 em homenagem à sua mãe, minha avó Didó Bemerguy:


FILHO ENFERMO

À minha Mãe

Quando me sinto apático, indisposto,
Presumo ver de novo o seu perfil...
Não conheci doença, dor, desgosto
Que resistisse àquele olhar gentil.

Só de encostar a fronte no meu rosto,
Sabia se eu estava ou não febril,
E do remédio suavizava o gosto
Fazendo agrados ao enfermo hostil...

E nunca mais achei uma enfermeira
Como a que eu tinha sempre à cabeceira
Em noites de vigília no casebre!

Mas hoje, quando volto a padecer,
Suponho ouvir a meiga voz dizer:
- “Toma este chá, meu filho; estás com febre.”

Emir Bemerguy, 16/06/1967.

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