FILHO ENFERMO
À minha Mãe
Quando me sinto apático, indisposto,
Presumo ver de novo o seu perfil...
Não conheci doença, dor, desgosto
Que resistisse àquele olhar gentil.
Só de encostar a fronte no meu rosto,
Sabia se eu estava ou não febril,
E do remédio suavizava o gosto
Fazendo agrados ao enfermo hostil...
E nunca mais achei uma enfermeira
Como a que eu tinha sempre à cabeceira
Em noites de vigília no casebre!
Mas hoje, quando volto a padecer,
Suponho ouvir a meiga voz dizer:
- “Toma este chá, meu filho; estás com febre.”
Emir Bemerguy, 16/06/1967.
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