CANÇÃO DE MINHA VERDADE
(Paródia da “Canção de minha saudade”)
Nunca vi praias imundas
Como as tão nauseabundas
Da terrinha em que eu cresci.
Nem CAIEIRA, nem LAGUINHO...
MAPIRI é inferninho
De bombeiro e jaraqui...
Qualquer um destrói à toa:
Só há restos da COROA,
Já não temos o SALÉ...
E SÃO MARCOS foi branquinha...
Vão matando a PRAINHA,
VERA-PAZ, MARIA JOSÉ...
REFRÃO
Pirocaram toda a serra!...
Não encontro em minha terra
Nenhum pé de sapoti.
A ternura se retira:
Não alegra CAMBUQUIRA
Com seu canto o bem-te-vi.
Quem me dera as minhas mágoas
Sufocar nas puras águas
De um bonito igarapé!...
Como assim, se o IRURÁ,
MARARU e MAICÁ
De ninguém merecem fé?
TAPAJÓS E AMAZONAS
Mais parecem lixeironas
Não vou neles mergulhar
Faltam plantas nos jardins...
Ninguém poda os benjamins
Não tem graça o teu luar...
Que MARIA, a Padroeira
Ponha fim em tanta asneira
SANTARÉM DA CONFUSÃO!
Porque vi os teus encantos,
Não contenho hoje os prantos
E componho esta canção!...
Emir Bemerguy, 15/02/1990.
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